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Feito Lua Nova

uem gosta de mato, gosta de causo. Essa é uma verdade difícil de contestar. Sentar ao redor de uma fogueira em noite estrelada e ouvir histórias de tempos passados, de gente corajosa, de gente engraçada, de gente que passou por apuros é coisa que quem trabalha no mato gosta demais de fazer. E quando não há mato e nem fogueira, uma mesa de bar vira palco de causos, que ficam melhores e melhores a cada gole. Indigenistas fazem isso muito bem. Tem história de gente que caiu da rede e virou piada de indígena, que tomou corridão de bando de queixadas, que teve roupa devorada por formigas cortadeiras, que levou choque de poraquê… E tem história de beleza de por-do-sol na beira do rio, de onça vista de perto, de revoada de tucanos, de munguba encarnada no igapó… E têm muita história triste também, de floresta queimada e destruída, de gente que viu massacres e que teve amigo assassinado, porque o Brasil é um risco para quem trabalha com direitos humanos. A cada história que eu ouvia, fosse de indígena ou de indigenista, eu queria saber mais e mais. Estas histórias provocavam em mim fascínio, mas também uma dúvida: onde estavam as mulheres indigenistas?

“…as mulheres indigenistas sempre estiveram lá, mesmo que a gente não possa vê-las, elas sempre estiveram presentes, influenciando as coisas, fazendo a diferença… feito a lua nova”.
O projeto Feito Lua Nova foi criado em 2016 a partir de uma pesquisa livre e voluntária e, inicialmente, está composto das seguintes frentes:
Mapeamento colaborativo e criação do Mapa das Minas no qual essas minas indigenistas terão suas histórias contadas e suas memórias honradas.
Publicação de um livro coletivo, com as histórias das mulheres indigenistas narradas e ilustradas, em formato digital e físico.
Em breve vamos ter mais informações por aqui. Mas se você está afim de colaborar narrando a história de alguma indigenista, a sua própria história ou tem alguma outra coisa para compartilhar. Entre em contato no link abaixo.
Sobre a organizadora: Carolina Santana é indigenista, advogada, mestre em Teoria do Estado e Direito Constitucional pela PUC-Rio e doutoranda em Direito Constitucional na UnB. Trabalhou por dez anos na Funai e, atualmente, advoga em prol de direitos humanos, notadamente, nas áreas de direitos indígenas e direitos ambientais.